sábado, 6 de julho de 2013

JACQUES DELORS: OS PILARES DA EDUCAÇÃO

O principal é que cada pessoa consiga ter um nível de autonomia intelectual que lhe permita formar o próprio juízo de valor diante das mais variadas situações, e que, em cada um desses momentos, ela tenha capacidade de escolher caminhos e alternativas baseadas no seu entendimento da realidade”.
Sua origem e função política
  Nasceu na cidade de Paris, em 20 de Julho de 1925. Um político europeu de nacionalidade francesa, tendo sido presidente da Comissão Europeia entre 1985 e 1995.
    De origem humilde, Delors foi funcionário do Banco de França em 1945, após a Segunda Guerra Mundial e estudou economia na Sorbonne.
    É pai de Martine Aubry, eleita em 2008, primeira secretária do Partido Socialista Francês.
   Foi autor e organizador do relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, intitulado: “Educação, um Tesouro a descobrir” (1996), em que se exploram os Quatro Pilares da Educação.

Os quatro pilares da educação
   São conceitos de fundamento da educação baseado no Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques Delors.
    No relatório editado sob a forma do livro: "Educação:Um Tesouro a Descobrir" de 1999, a discussão dos "quatro pilares" ocupa todo o quarto capítulo, da página 89-102, onde se propõe uma educação direcionada para os quatro tipos fundamentais de educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver com os outros, aprender a ser, eleitos como os quatro pilares fundamentais da educação.
  O ensino, tal como o conhecemos, debruça-se essencialmente sobre o domínio do aprender a conhecer e, em menor escala, do aprender a fazer. Estas aprendizagens, direcionadas para a aquisição de instrumentos de compreensão, raciocínio e execução, não podem ser consideradas completas sem os outros domínios da aprendizagem, muito mais complicados de explorar, devido ao seu caráter subjetivo e dependente da própria entidade educadora.
> Aprender a conhecer
É o tipo de aprendizagem que tem por objetivo estimular o prazer de compreender, de conhecer e de descobrir. É preciso que as crianças e os jovens sejam estimulados a descobrir o prazer de estudar. Recomenda-se valorizar a curiosidade e a autonomia dos alunos, para que isso resulte em pessoas capazes de estabelecer relações entre os conteúdos aprendidos e as situações vividas, enfim, pessoas que saibam pensar. Em relação aos adultos, é necessário que o período de permanência na escola ou na faculdade sirva de estímulo para a vontade de se aperfeiçoar e fazer novos cursos. O conhecimento é a chave que levará à compreensão dos diversos aspectos da realidade e que tornará as pessoas mais críticas e analíticas.
> Aprender a fazer
É possível aprender a fazer sem, antes, aprender a conhecer? Não. É por isso que esses dois pilares – Aprender a Conhecer e Aprender a Fazer – são considerados “indissociáveis”, ou seja, um depende do outro. Aprender a fazer está mais relacionado à formação profissional, no entanto, diante da constante evolução do mundo do trabalho, não se entende mais formação profissional como a capacitação de um indivíduo para realizar determinada função, porque esta função, em face das rápidas mudanças da sociedade, poderá não mais existir ou se tornar escassa. Por isso, vale mais o conceito de investir na competência pessoal do trabalhador, para que ele possa ter as habilidades necessárias para acompanhar a demanda do mercado. É essencial saber trabalhar coletivamente, ter iniciativa, saber resolver conflitos e ter flexibilidade para se adequar a novas situações.
> Aprender a conviver
É um dos maiores desafios da educação para o século 21. A maior parte da história da humanidade é marcada por guerras e conflitos decorrentes da impossibilidade da convivência e da administração de conflitos por outra via que não a da violência. A dificuldade reside em idealizar uma educação capaz de estimular a convivência entre os diferentes grupos e ensiná-los a resolver suas diferenças de maneira pacífica. A construção cotidiana da cultura de paz depende da capacidade de aprender a viver e a conviver com pessoas e grupos diversos.
> Aprender a ser
Este pilar reafirma o conceito de educação ao longo da vida em seu sentido mais amplo: o de que a educação deve contribuir para o desenvolvimento humano tanto no aspecto pessoal como no profissional. O principal é que cada pessoa consiga ter um nível de autonomia intelectual que lhe permita formar o próprio juízo de valor diante das mais variadas situações, e que, em cada um desses momentos, ela tenha capacidade de escolher caminhos e alternativas baseadas no seu entendimento da realidade. Aprender a ser envolve a realização pessoal, a capacidade de cada um de descobrir o próprio potencial e a força criativa. Pode-se dizer até mesmo que o exercício de “aprender a ser” leva as pessoas a encontrar a sua definição de felicidade, que, é claro, não é igual para todas. Diz o texto do relatório: “O desenvolvimento tem por objeto a realização completa do homem, em toda a sua riqueza e na complexidade das suas expressões e dos seus compromissos: indivíduo, membro de uma família e de coletividade, cidadão e produtos, inventos de técnicas e criador de sonhos”. 
 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

RODA DE LEITURA

    Esta atividade visa potencializar e ajudar a construir uma comunidade de leitores e escritores na escola, em que os jovens tenham múltiplas oportunidades de explorar novos livros, escolher suas leituras, apreciar os efeitos que cada uma delas lhes traz, falar sobre essas sensações, recomendar leituras e analisar as recomendações recebidas dos colegas a fim de seguir aquelas que parecem mais interessantes, desenvolvendo ao longo do processo, gostos e preferências por obras, gêneros e autores.
      Foi desenvolvida com as classes do 6º ano e 7º ano. A atividade acontecia quinzenalmente. Eles traziam livros de casa, pegávamos na biblioteca ou eram histórias já lidas. O espaço escolhido foi o jardim da escola. Ás vezes reuníamos em grupos, outras vezes em círculo.






  

sábado, 22 de junho de 2013

COMO ESCREVER UM BOM E-MAIL, EM 6 PASSOS

Você anda com problemas ao escrever e-mails no trabalho ou para a família? Aqui estão 6 passos que vão ajudar na hora de mandar aquela mensagem importante, sem ser mal entendido.

1. Escreva e-mails curtos

Deixe seu e-mail tão curto quanto for possível. Escrever um e-mail longo é o caminho pra que duas coisas aconteçam:
  1. Você nunca receba uma resposta pois…
  2. seu e-mail nunca será lido.
A rapidez com que digitamos faz com que seja fácil demais escrever uma longa e cansativa mensagem para outra pessoa. Se você tivesse que escrever e-mails à mão, seria muito mais suscinto. Reduza seu e-mail para o que for essencial. Claro, isso é mais difícil do que você pensa; uma vez Abraham Lincoln disse:
"Eu não tive tempo para escrever uma carta mais curta, ao invés disso eu escrevi uma longa."

2. Limite o e-mail a apenas um assunto

Nunca escreva um e-mail que fale sobre vários assuntos. Se você quer uma resposta, você tem que fazer com que essa seja uma tarefa fácil para a outra pessoa — a melhor maneira de fazer isso é não sobrecarregá-la com um monte de coisas.
Se você tiver vários assuntos não relacionados para falar, a melhor maneira é enviar vários e-mails separados.

3. Escreva e-mails claros

É muito fácil de interpretar e-mails do jeito errado. Por isso, tenha certeza de que seu e-mail é tão claro, direto e fácil de entender quanto possível. Isso significa evitar abreviações, tomar cuidado com a gramática, entre outros. Isso pode parecer chato, mas tomar cuidado com esses detalhes pode fazer grande diferença (ainda mais se você estiver escrevendo para seu chefe!).
A parte mais difícil é ter certeza de que você está explicando exatamente o que você pensa. É muito fácil esquecer de que o conhecimento que você tem não é o mesmo que a outra pessoa tem. Antes de escrever o e-mail, coloque-se no lugar do outro — pense sobre a melhor forma de explicar aquilo para alguém que não está tão familiarizado com aquele assunto quanto você.
Quando responder um e-mail, mantenha o texto original ao qual você está respondendo, isso ajuda a tornar as coisas claras.

4. Informe exatamente o que você quer

Se você quer que algo seja feito, peça. Termine cada e-mail como se fosse o item de uma lista que você precisa. Não force a outra pessoa a ficar procurando no meio dos seus parágrafos sobre as coisas que ela deve fazer. Um exemplo, você escreve o e-mail, e no final diz:
Resumindo, eu preciso disso:
  • Arrume as gavetas do escritório
  • Ligue para o serviço de limpeza

5. Escreva o assunto depois de terminar o e-mail

O assunto costuma ser uma parte negligenciada nos e-mails. Geralmente é a primeira coisa que você escreve, antes mesmo de você saber exatamente sobre o que falará a mensagem. É por isso que geralmente os assuntos são vagos ou inúteis, como “Oi” ou “Bom dia!”.
Escreva a mensagem para saber exatamente do que se trata, só então volte lá em cima e escreva o assunto do e-mail.

6. O(s) destinatário(s) é a última coisa que você deve escrever

Ao esperar até o último momento para escrever o destinatário você se previne do embaraço de enviar um e-mail pela metade ou de falar coisas que não deve para pessoas que não deve. Isso é importante especialmente quando há algum tipo de reclamação no corpo da sua mensagem.

Exemplo de e-mail mal escrito:

Assunto: Ei!
Lembra daquilo que falamos outro dia?  Eu preciso saber mais coisas pra fazer aquilo, o que você acha do novo lugar?
Esse é um e-mail terrível. O assunto não dá indicação sobre o que está escrito. A mensagem assume que a outra pessoa lembra o que foi conversado anteriormente, combina dois tópicos diferentes e ainda termina com uma pergunta mal feita.
Vamos ver uma forma de melhorar essa mensagem, tornando-a clara, precisa e informativa.
Assunto: Re: Novo local para o seminário – sobre o que falamos ontem sobre a mudança do lugar para o seminário de 30 de agosto.
Você poderia dizer-me, por favor:
  • O nome e o endereço do novo local
  • Você acha que o espaço é adequado para 500 pessoas?
Esse está muito melhor. O assunto lembra a outra pessoa sobre o que foi falado e a mensagem diz exatamente o que precisa, de forma clara e direta.
fonte: http://www.portuguesfacil.net/como-escrever-um-bom-e-mail-em-6-passos/

domingo, 16 de junho de 2013

SITUAÇÃO DE SPRENDIZAGEM - SUELI



Sequência Didática – 8° série/9° ano

1-      Antes da Leitura

Estratégias de Leitura

-Antecipação dialogada com alunos:
Alguém conhece o autor do texto?
Já leu algum outro texto dele? Qual?
Que tipo de texto esse autor escreve?
Quais as situações que levam a dar uma pausa?

Habilidades

-Levantamento do conhecimento prévio sobre o assunto: Titulo (pausa)
Após a leitura do titulo do texto, o que você acha que o texto vai abordar?
Quais as situações que levam a dar uma pausa?
Fragmentos do filme “Click” (pausa dada por eletrônicos)


Qual o significado da palavra pausa? Onde geralmente ela aparece?
Essa palavra é usada no dia a dia? O que ela representa?
Pode haver uma atividade de intertextualidade com “Memorias Póstumas de Brás Cubas” ou “Circuito Fechado”.
 
2-      Durante a leitura

Estratégias de Leitura

-Leitura silenciosa feita pelos alunos.
-Leitura feita pelo professor em voz alta.

Habilidades

-Localização de informações, comparação de informações, generalizações;
Quais as palavras que o aluno não conhece?
Quanto tempo se passa do momento em quem o homem acorda para quando o despertador toca;
Nome falso (Samuel x Isidoro)
Compare as atitudes  do homem ao sair de casa (pressa) depois dirigir vagarosamente
Como era o lugar onde o homem se hospedou?
3 – Depois da leitura
- Construção da síntese semântica do texto

Atividades

Suas hipóteses com relação ao tema do texto foram confirmadas?
Você indicaria esse texto para alguém? Justifique sua resposta
Exploração dos elementos de narrativa (personagens, clima, enredo, desfecho)
Uso das classes de palavras: advérbios, verbos, etc...

sábado, 15 de junho de 2013

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM - SUELEN

A Situação de Aprendizagem da Suelen está em ppt, por isso para acessar é só clicar no link abaixo.

https://docs.google.com/presentation/d/1Dy7SHgGu_ADNonAvSrEUNg--eFzh0HM6VW27W01swFg/edit?usp=sharing


https://docs.google.com/presentation/d/143R_CK9AWJfGGgrVlC4Ln0fg8Xc1ztaEz3hnRu_sbIQ/edit?usp=sharing










SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM - WENDY

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

 Justificativa: Uma Sequência Didática desafia o aluno a analisar e refletir sobre o sistema da linguagem escrita, visando ampliar ou transformar suas hipóteses iniciais, favorecendo assim o seu aprendizado de leitura e de escrita. O desenvolvimento da sequência didática a partir de um texto inclui uma série de ações indispensáveis ao propósito de ampliar os conhecimentos de leitor sobre o tema abordado. Nas atividades, além de os alunos precisarem colocar em jogo estratégias para compreender o que leem, também poderão apreciar o texto sob diferentes aspectos, onde terão a oportunidade de desenvolver seus comportamentos de leitores e de participar de diversas situações de leitura assumindo gradualmente, maior controle sobre a leitura e o registro das informações.

Objetivo: Interpretar textos de acordo com o tema e as características estruturais do gênero ao qual pertence. Inferir informações subjacentes aos conteúdos explicitados no texto. Realizar análise linguística, considerando sua importância na leitura e escrita do gênero. Reconhecer os vários tipos de coesão que permitem a progressão discursiva do texto.

Público-alvo: 8ª série - 9º Ano
Tempo: 8 a 10 aulas
TEXTO:   PAUSA   -   MOACYR SCLIAR

1. ANTES DA LEITURA

ESTRATÉGIAS DE LEITURA
- Antecipação, levantamento de hipóteses e inferências.

HABILIDADES
- Levantamento do conhecimento prévio sobre o assunto;
- Expectativas em função do suporte e da capa.

ATIVIDADES
a. Ao observar a capa do portador do qual foi extraído o conto PAUSA, levante hipóteses/sugestões sobre a mesma.

b. O que o título do texto sugere?
c. Qual o significado da palavra PAUSA para você?
d. Você já ouviu falar sobre o autor da obra? Comente.


2. DURANTE A LEITURA

ESTRATÉGIAS DE LEITURA

- O texto será dividido em quatro partes e a leitura será feita pausadamente e em voz alta pelo professor.

HABILIDADES

- Construção do sentido global do texto;
- Localização ou construção do tema;
- Identificação do leitor virtual a partir das pistas linguísticas;
- Busca de informações complementares em textos de apoio subordinados ao texto principal ou por meio de consulta a enciclopédias, internet e outras fontes;
- Esclarecimentos de palavras desconhecidas a partir de inferências ou de consulta a dicionário;
- Identificar referências a outros textos, buscando informações adicionais se necessário;
- Identificar os tipos de discurso presentes no texto.

PRIMEIRA PARTE DO TEXTO


Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:
— Vais sair de novo, Samuel?
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
— Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher com azedume na voz.
— Temos muito trabalho no escritório — disse o marido, secamente.
Ela olhou os sanduíches:
— Por que não vens almoçar?
— Já te disse; muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga. Samuel pegou o chapéu:
— Volto de noite.
ATIVIDADES
a. Após a leitura do 1º e do 2º parágrafos, o que você pode inferir sobre o tema do texto?
b. O que você entende sobre a expressão “Vais sair de novo”? Ela é comum nos dias atuais?
c. Podemos afirmar que os nove primeiros parágrafos fazem parte da introdução do conto. Justifique.
d. Que tipo de discurso predomina na 1ª parte do texto?
e. Qual é o foco narrativo?
f. Como você entende a expressão “máscara escura”?
g. O que é plágio? Você sabia que o autor do livro que inspirou o filme “As Aventuras de Pi” está sendo acusado de plagiar o livro de Moacyr Scliar “Max e os Felinos”?



SEGUNDA PARTE DO TEXTO


As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente; ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas. Estacionou o carro numa travessa quieta. Como pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo.
Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé:
- Ah! seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...
- Estou com pressa, seu Raul - atalhou Samuel.
- Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. - Estendeu a chave.
Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:
- Aqui, meu bem! - uma gritou, e riu; um cacarejo curto.                                              

ATIVIDADES
 a. Além do discurso direto, há também o indireto. Localize um exemplo no texto.
b. O que você acha que a personagem principal foi fazer no hotel? Justifique.
c. A que classe social pertence o protagonista do texto? Justifique com palavras do texto.
d. “- Ah! seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...”, o que sugere o emprego das reticências nessa frase?

TERCEIRA PARTE DO TEXTO


Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave. Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.
Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata.
Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se e fechou os olhos.
Dormir.
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.
Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido.
Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa. Perseguido por um índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados; índio acabara de trespassá-lo com a lança Esvaindo-se em sangue, molhado de suor. Samuel tombou lentamente: ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.


ATIVIDADES
 a. Em qual tempo verbal estão empregados os verbos: “fechou”, “examinou”, “filtrou-se”, “sentiu”?
b. Explique o sonho de Samuel?
c. Qual a relação do sonho de Samuel com o título do texto?

QUARTA PARTE DO TEXTO


Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu. Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.
- Já vai, seu Isidoro?
 - Já - disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.
- Até domingo que vem seu Isidoro - disse o gerente.
- Não sei se virei - respondeu Samuel, olhando pela porta; anoite caía.
- O senhor diz isto, mas volta sempre - observou o homem, rindo.
Samuel saiu.
Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou um instante,  ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa.

ATIVIDADES
 a. Quanto tempo parece ter durado a narrativa do conto? Justifique.
b. Como podemos interpretar a rotina do personagem principal aos domingos?
c. Quem é Isidoro?
d. Na frase: “Vestiu-se rapidamente e saiu.”, a qual classe gramatical pertence a palavra destacada?
e. “- O senhor diz isto, mas volta sempre”, por que a necessidade dessas idas ao hotel às escondidas da mulher?

3. DEPOIS DA LEITURA
 HABILIDADES
 - Construção da síntese semântica do texto;
- Utilização, em função da finalidade da leitura, do registro escrito para melhor compreensão;
- Avaliação crítica do texto
ATIVIDADES
a. Suas hipóteses com relação ao tema do texto foram confirmadas?
b. A qual gênero textual pertence o texto lido? Apresente três características que justifiquem sua resposta.
c. O que é intertextualidade? Você consegue perceber a intertextualidade entre o vídeo “circuito fechado” e o texto “Pausa”? Comente.


Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapo. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, bloco de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetor de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras. Cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo.  Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, chinelos. Vaso, descarga, pia, água, escova, creme dental, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

d. No trecho: “Parou, um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado...”. O que significa a expressão destacada?
e. Que relação existe entre a “máscara” da capa do livro com a “máscara” social do conto lido?
f. Você percebe a intertextualidade entre a música “Cotidiano” e o texto lido? Você acha que é necessário quebrar a rotina para se ter uma vida mais saudável? Justifique.



Música: COTIDIANO - (Caetano e Chico)
Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.
Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher.
Diz que está me esperando pr'o jantar
E me beija com a boca de café.
Todo dia eu só penso em poder parar;
Meio-dia eu só penso em dizer não,
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão.
Seis da tarde, como era de se esperar,
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão.
Toda noite ela diz pr'eu não me afastar;
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr'eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor.
Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.
Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher.
Diz que está me esperando pr'o jantar
E me beija com a boca de café.
Todo dia eu só penso em poder parar;
Meio-dia eu só penso em dizer não,
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão.
Seis da tarde, como era de se esperar,
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão.
Toda noite ela diz pr'eu não me afastar;
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr'eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor.
Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.

g. Apresentação do filme Click. Que efeito tem as pausas no filme? Você gostaria de ter um controle universal para controlar todos ao seu redor? Justifique sua resposta.

PRODUÇÃO TEXTUAL
- A partir do vídeo “Circuito Fechado” redija um conto em 1ª ou 3ª pessoa.

 Referência Bibliográfica
- www.google.com.br -  imagens
- https://www.youtube.com/ - vídeos
- Currículo do Estado de São Paulo
- Caderno do professor - 9º ano
- RAMOS, Ricardo. Circuito fechado. In: LADEIRA, Julieta de Godoy (org). Contos brasileiros contemporâneos. São Paulo: Moderna 1994.